Jornal – O Polvo
Além de vários braços (tentáculos) e de ser a voz do povo ele tem agora várias vidas (edições).
Adonile A. Guimarães
Professor de História e atualmente Vice diretor
Há mais ou menos um ano, fui surpreendido por duas colegas de trabalho com a revitalização de um projeto que havia começado, por acaso, em meados de 2003. Sônia e Ângela, no final do turno, vieram até mim de um jeito estranho e inopinadamente me entregaram algumas folhas de sulfite, onde para minha grande alegria estavam a 2ª edição do Jornal – O Polvo. As duas, Sônia e Ângela, foram responsáveis por um dos melhores momentos que eu tive como educador, elas, então me mostraram o que seria a nova edição do Jornal O Polvo, uma realização criada por mim e pelos alunos das 7ª séries do Caic em 2003.
Na oportunidade, em 2003, lembro-me como se fosse hoje, era o meu primeiro ano no Caic e tinha que ministrar aulas para a 7ª séries. Estava trabalhando o tema da Revolução Francesa e queria fazer diferente, sair um pouco da mesmice, fugir da camisa de força que, às vezes, fazemos, nós professores, do livro didático, elemento útil no processo pedagógico, mas jamais preponderante.
Assim, não sei bem quando tive a idéia e nem sei se ela foi inteiramente minha. Lembro apenas que propus aos alunos que, em grupo, a partir da exposição que havia feito e da leitura dos textos referentes ao tema, fizessem um jornal de época informando os cidadãos franceses dos acontecimentos que culminaram com a Queda da Bastilha.
Dessa forma, criei em cada sala, eram 5 sétimas, um conselho editorial para cada segmento do que seria o jornal. Foi criado, assim, seções de cultura, economia, política, sociedade e, acho, curiosidade; para os alunos, que tinham habilidade com desenho, foi dada a responsabilidade com o visual do jornal e a criação de charges. Foi muito interessante, porque me recordo, todos, ou pelo menos, a grande maioria, deveria fazer uma imersão no conteúdo para que pudesse atualizar as notícias, pois tinha que parecer que os alunos estavam vivendo aquele período. Na seção de política, os alunos eram obrigados a opinar e saiu pérolas do tipo: “parte da população francesa recebe aos prantos o enforcamento do rei Luis XVI” ou “a população sofrida se revolta e pede a cabeça do rei”.
Na ocasião, eu e os alunos apresentamos a experiência pedagógica no Encontro dos Professores de História e, passado algum tempo depois, quando adentrei em outro conteúdo, veio a proposta de alguns alunos para que nós fizéssemos um jornal estudantil na Escola. Eu achei a idéia maravilhosa e a partir de então com a base do conselho editorial montado para as aulas de história, eu e um grupo começamos a trabalhar na confecção do Jornal. Os alunos passavam na sala para divulgar o Jornal e eu, aos professores, solicitava-lhes “as sobras” da cota de fotocópias para viabilizar a nossa publicação artesanal.
Assim, surgiu “O Polvo” que hoje, eu, orgulhosamente lhes apresento a 3ª edição do Jornal do Caic Guarani, dessa vez on-line, “encabeçado” atualmente pelo desempenho brilhante da professora Sônia, responsável por sua revitalização e aprimoramento que, com o trabalho precioso dos alunos (tentáculos) e apoio de outros funcionários da Escola e da Secretaria Municipal de Educação nas pessoas de Ana Beatriz e Izilda estará na rede com atualizações praticamente diárias.
Por fim, gostaria de enviar abraços afetuosos para os alunos que fizeram de uma simples idéia, uma realização maravilhosa. Onde quer que vocês estejam: meu muito obrigado a Mariane, Jéssica, Breno, Suciele... O Polvo e o povo, polvorosamente, lhes agradecem!